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Um agosto diferente

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Com o surgimento do calendário e a consolidação dos dias e meses passou a ser natural comemorarmos o passar do tempo. Datas, festas, solenidades, profissões e personalidades passaram a ganhar espaço e destaque na folhinha. Eventos históricos e culturais deram para algumas datas um significado especial, tornando-as de grande relevância para as comunidades. Foi quando surgiram as lendas sobre o mês de agosto. Não apenas no Brasil, mas, pelo mundo afora, crendices dos maus agouros de agosto, assim como fatos desagradáveis, ocorridos nesse mês, ao longo dos anos, contribuíram para a sua má fama.

No entanto, agosto, que por muitos é chamado o mês do desgosto, tem as suas qualidades, pois, congrega eventos importantes que merecem ser comemorados. Por exemplo, o nascimento de grandes escritores nacionais que, em decorrência de suas obras, além de reconhecimento internacional, muito contribuíram e contribuem para a nossa cultura. Nasceram no mês de agosto: Jorge Amado, Gonçalves Dias, Paulo Coelho e Marta Medeiros. Cada um com seu estilo, proporciona aos seus leitores uma diversidade de produções que estimulam a imaginação.

No mês de agosto, também, nasceu Ana Lins Peixoto Bretas, mais conhecida como Cora Coralina, uma das mais importantes escritoras brasileiras. Com uma escrita marcada pela simplicidade, conta sobre a sua vida em Goiás e sobre a sua visão de mundo. Seu primeiro livro foi publicado em 1965, quando ela já tinha 75 anos, no entanto, ao longo de sua existência, ela acumulou rico material de poemas e contos que trazem aconselhamentos de como se deve conduzir a vida, destacando o que realmente tem valor.

O poema Saber Viver, de sua autoria, é um exemplo disso. Nele, ela ensina que a vida para ter sentido deve ser vivida com bondade, generosidade e solidariedade. Temos que tocar o coração das pessoas, com gestos simples, como um colo que acolhe, um braço que envolve, uma palavra que conforta, um silêncio que respeita, uma alegria que contagia, uma lágrima que corre, um olhar que sacia, um amor que promove, pois, é isso que dá sentido na vida, que a torna, intensa, verdadeira e pura, enquanto durar.

Seus poemas, também, trazem mensagem de esperança. Tempo Virá é um poema que fala sobre o futuro, um tempo onde será criada uma vacina preventiva contra erros e violência. Onde as prisões se transformarão em escolas e oficinas, pois, os homens estarão imunizados contra o crime e os cidadãos desse novo mundo contarão às crianças histórias absurdas sobre um passado superado, de violência, celas e altos muros.

Como para a escrita tudo é possível, quem sabe o mês de agosto de 2020 não possa ser aquele, contado pelas crianças do futuro, em que o mundo voltou a sorrir. O mês em que todas as pessoas do planeta foram para as ruas para comemorar à descoberta da vacina contra a Covid-19 e o fim do distanciamento social, numa grande festa popular. Então, o mês de agosto que, por vários séculos, amargou com a má qualificação, ficou conhecido como o mês do reencontro.

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